Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
26 de Abril de 2024
    Adicione tópicos

    Manchete dos jornais de hoje

    Publicado por OAB - Sergipe
    há 16 anos

    Folha de S. Paulo

    Mesmo ministro, Mangabeira insistiu em ação contra a BrT

    Só depois de um ano no governo, o ministro Roberto Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) desistiu, em maio passado, da ação judicial que movia contra a BrT (Brasil Telecom), controlada por fundos de pensões estatais.

    A informação, que aparece em e-mails interceptados pela Polícia Federal na Operação Satiagraha, foi confirmada à Folha por Mangabeira e pela Brasil Telecom.

    Os e-mails indicam que a desistência da ação era uma exigência do Opportunity, de Daniel Dantas, em um acerto feito diretamente com a BrT. Esse entendimento abriu caminho para a fusão da BrT com a Oi, acertada em abril. Dantas travava disputa com a BrT, que já havia controlado, e abandonou o jogo em um acordo estimado em US$ 1 bilhão.

    O processo, movido por Mangabeira em abril de 2007, e a ligação dele com Dantas, causaram desconforto no governo e quase lhe custaram o cargo -que só assumiu em junho daquele ano. À época, Mangabeira afirmou que desistira da ação em nome do cargo.

    Por meio de sua assessoria de imprensa, ele disse que instruiu seus advogados a retirarem a ação no ano passado, antes de ele tomar posse, mas que a formalização só ocorreu em maio por conta das "negociações entre os envolvidos". Procurado desde segunda, Mangabeira não comentou a interferência do Opportunity. O Palácio do Planalto não se manifestou.

    A equipe do delegado Protógenes Queiroz começou efetivamente a investigar, durante a Operação Satiagraha, a fusão das empresas de telefonia Oi e Brasil Telecom -chancelada pelo presidente Lula, será o maior negócio do setor no país.

    No Rio, PF cumpriu mandado de busca e apreensão e levou documentos do escritório do UBS Pactual, um dos bancos que disputaram o contrato de "advisor" (assessoramento financeiro) da operação. Segundo a Folha apurou, os policiais fizeram perguntas sobre a fusão das empresas e o relacionamento do banco com Daniel Dantas, dono do Opportunity.

    Documentos a que a Folha teve acesso apontam que a Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, do grupo Opportunity, de Daniel Dantas, comprou irregularmente cinco fazendas no sudeste do Pará.

    No total, as fazendas somam cerca de 23,5 mil hectares, custaram R$ 53,7 milhões e foram vendidas em setembro de 2005 por Benedito Mutran Filho, então um dos maiores proprietários rurais do Estado.

    Desse total, R$ 10 milhões foram pagos imediatamente, e o restante foi dividido em dez parcelas, ainda não quitadas. O problema é que as fazendas eram aforadas -termo jurídico que, segundo a lei paraense, designa terras cedidas pelo Estado para colonização e produção extrativista.

    Como continuavam como propriedade estatal, elas só poderiam ter sido vendidas se a transação fosse previamente comunicada ao governo, que precisaria então chancelar ou negar em definitivo a compra.

    Isso não aconteceu, de acordo com José Héder Benatti, presidente do Iterpa (Instituto de Terras do Pará). Segundo a empresa, que tem sede em Amparo (SP), e Mutran, porém, as aquisições foram regulares.

    A assessoria da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara negou, por meio de nota, qualquer irregularidade na compra das cinco fazendas de Benedito Mutran Filho, no Pará. "Não são verídicas as alegações sobre a aquisição de terras"irregulares"no Estado do Pará", afirma o texto.

    "O processo instaurado pela Procuradoria do Estado vai constatar que a aquisição de terras de Benedito Mutran Filho é legal, legítima e ocorreu dentro dos rigores da legislação brasileira e do Estado do Pará."

    De acordo com informações da empresa, Mutran tinha a "propriedade útil das fazendas", e por isso deveria "pagar ao Estado uma renda anual, denominada de foro".

    A Polícia Federal apontou um elo entre o banqueiro Daniel Dantas e o empresário Eike Batista, alvos de duas das maiores investigações federais do ano. No inquérito da Operação Satiagraha, os agentes revelam que a empresa que deu origem à MMX Mineração e Metálicos, de Eike, foi comprada do Opportunity, de Dantas, em 2005.

    Naquele ano, Eike pagou ao banco R$ 461 mil pela Tressem Participações. No papel, a empresa funcionava no 28º andar do prédio do Opportunity, no Rio. A PF, na apuração da Satiagraha, diz que a sede abrigava "empresas prateleiras", criadas para movimentar recursos do Opportunity. Ou seja, a Tressem, pelas acusações da PF, seria uma "empresa de papel".

    Comprada por Eike em 6 de dezembro de 2006, a Tressem mudou o nome para MMX dias depois. No mesmo período, seu capital social cresceu de R$ 60 mil para R$ 16 milhões.

    Na Satiagraha, a PF não diz que a Tressem foi usada por Eike em esquema de crimes financeiros. Porém, sem citar provas, afirma que Eike usa os mesmos métodos de Dantas.

    "As pessoas responsáveis pelo Opportunity (...) e outros grandes investidores como Naji Nahas e Eike Batista etc. teriam criado mecanismo complexo de operações, composto de fases de dissimulação e reintegração de bens, valores provenientes possivelmente de crimes contra o sistema financeiro nacional", afirma a PF no inquérito da Satiagraha.

    A MMX Mineração e Metálicos -empresa de Eike Batista- afirmou que não houve qualquer ilegalidade na compra da empresa Tressem Participações, em 2005, pelo empresário.

    "A empresa foi comprada por conta de [possuir] registro de companhia aberta", informou a MMX. "Esse valor [R$ 461 mil] da compra é um valor até muito pequeno comparado com custo de advogados ou auditores para constituir empresa aberta na CVM [Comissão de Valores Imobiliários]", completou.

    "A Tressem, na época, não tinha passivo nem ativo. O único ativo, entre aspas, era o registro de companhia aberta na CVM", declarou ainda a empresa de Eike Batista. De acordo com informações da MMX, a compra da Tressem poupou tempo ("até quatro meses") que seria gasto com a abertura de uma empresa nova.

    O ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) negou ontem, em nota, ter feito lobby em torno da fusão das operadoras de telefonia Brasil Telecom e Oi. A partir de interceptações telefônicas da Operação Satiagraha, a Polícia Federal concluiu que Greenhalgh teria discutido valores que poderiam ser pagos pela fusão.

    O ex-deputado, que é advogado em São Paulo e não respondeu a um pedido de entrevistas feito pela Folha, protestou contra conclusões da PF. Ele negou ter discutido "propina, porcentagem ou recursos". "O diálogo em questão tratava de uma negociação em curso e os valores citados se referiam a essa negociação como um todo. Não há no diálogo nenhuma menção a tentativa de lobby."

    Greenhalgh assim definiu o trabalho que prestou ao banco Opportunity: "Meu trabalho consistiu em analisar processos em curso envolvendo o banco Opportunity, nas esferas civil e criminal. Advoguei. Ajudei a conformar as propostas que foram exaustivamente debatidas entre as partes, até chegar ao acordo final. Advoguei. A negociação que resultou na criação da BrOi, foi árdua, foi longa, foi tensa, mas não teve nenhum ilícito".

    O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) ingressou com duas representações contra o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz por conta do vazamento de informações do inquérito da Operação Satiagraha, que no começo do mês prendeu, entre outros, o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.

    As representações foram protocoladas anteontem no Ministério da Justiça e na sede da Polícia Federal, em Brasília. Ambas, segundo a assessoria de imprensa da PF, serão encaminhadas à Superintendência da PF em São Paulo, onde já se encontra aberto um inquérito sobre o vazamento de informações da operação -a medida foi tomada por causa da divulgação de imagens de prisões no dia da ação da polícia.

    Endereçadas ao ministro Tarso Genro (Justiça) e ao diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, as representações pedem instauração de "processo administrativo" contra o delegado Queiroz. Os advogados de Heráclito Fortes são Délio Lins e Silva e Délio Júnior.

    "(..) Teor das inúmeras matérias constata-se que a autoridade policial a eles [órgãos de comunicação] vazou os elementos colhidos na investigação, ao que parece, com o único e claro escopo de prejudicar a imagem também de outras pessoas, não envolvidas nos fatos tidos como criminosos e em apuração, como no caso do senador requerente", afirma o texto da representação.

    A "lista suja" que a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) começou a divulgar anteontem terá muito pouca influência sobre a análise da Justiça em torno dos cerca de 400 mil pedidos de registro de candidatura pelo país.

    Isso porque o prazo legal para a impugnação (contestação) dos pedidos de registro já expirou, em sua grande maioria, sendo que a fase agora é de aprovação das candidaturas pelos juízes eleitorais.

    Tome-se como exemplo a cidade de São Paulo. A Justiça já aprovou 9 das 11 candidaturas a prefeito, entre elas as de Marta Suplicy (PT) e Gilberto Kassab (DEM), no dia 14, e a de Geraldo Alckmin (PSDB), no dia 21. Pela lei, o prazo para recurso contra a decisão é de três dias.

    Marta Suplicy integra a lista da AMB (www.amb.com.br), por responder a uma ação penal por suspeita de irregularidades na contratação de empresas quando foi prefeita (2001-04). A coligação que a apóia classificou a lista como "leviana" e disse que a ação foi movida por oposicionistas.

    Para a eleição majoritária de São Paulo, apenas os registros de Paulo Maluf (PP) e Anaí Caproni Pinto (PCO) estão pendentes de análise. Maluf, que também integra a lista da AMB com sete processos, foi o único na cidade que teve a candidatura impugnada. A contestação partiu do PPS, tendo como base os processos contra Maluf. O caso ainda não foi julgado. O candidato do PP criticou a AMB, dizendo que "juízes não devem se meter em política".

    "Tô fora". Esta foi a resposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ser questionado, ontem, sobre as eleições municipais. Para não melindrar aliados, ele disse que irá "evitar ao máximo" participar da disputa, ainda que mantenha a agenda de viagens pelo país em plena campanha.

    "Vou tentar fazer as minhas viagens, trabalhar dentro do Brasil e fora e vou deixar as eleições mais para os partidos e para quem é candidato. Afinal de contas, eu tenho muitos aliados disputando eleições. Não vou me meter nisso porque o resultado é sempre assim: os que ganham acham que os méritos foram deles e os que perdem depositam nas minhas costas a derrota, porque não fui ou fui apoiar o outro", afirmou.

    O Estado de S. Paulo

    O advogado e ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh foi contratado pelo banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, para fazer lobby no governo com o objetivo de tornar viável a compra da Brasil Telecom pela Oi, suspeita a Polícia Federal. Segundo a investigação, a criação da supertele, um negócio de R$ 13 bilhões, poderia render aos lobistas de Dantas uma comissão recorde pelo serviço.

    O principal nó da questão era conseguir que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) alterasse o Plano Geral de Outorgas (PGO) do setor, proibindo que uma mesma operadora controlasse mais de uma das áreas de telefonia fixa, definidas na privatização do setor, nos anos 90.

    Além de Greenhalgh, o banqueiro teria usado os serviços do publicitário Guilherme Sodré, o Guiga, para obter apoio no Congresso e no governo para a operação. No relatório final do inquérito sobre a Operação Satiagraha, o delegado Protógenes Queiroz afirma que a atuação dos dois será alvo de um novo inquérito, a ser instaurado - eles tiveram a prisão temporária negada pela Justiça.

    Anatel também está na mira de policiais

    Uma conversa entre dois advogados que trabalhavam para o Grupo Opportunity é um dos principais indícios usados pela Polícia Federal para sustentar a suspeita de que integrantes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) teriam recebido propina do banqueiro Daniel Dantas para resolver processos administrativos em andamento no órgão. O diálogo ocorreu entre Danielle Silberglei Ninnio, diretora jurídica do Opportunity, e o advogado Philip Korologos, que defendia o grupo no processo que o Citibank movia contra o grupo em Nova York, pedindo US$ 300 milhões de indenização.

    Na conversa, ocorrida em 27 de junho, Danielle conta a Korologos que o grupo havia "dado duro na FCC brasileira" para encerrar todos os processos administrativos. "Eles disseram que os retirariam, se nós pagássemos algum dinheiro." FCC é a sigla americana para Federal Communications Commission (FCC), o órgão de telecomunicações que regula o setor nos Estados Unidos. Seu equivalente no Brasil é a Anatel.

    Março Tronchetti Provera, ex-presidente da Telecom Italia (TI), revelou que deu um ultimato ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva: se as regras do setor fossem mudadas, ele retiraria a empresa do Brasil. "Encontrei Lula e disse: se a lei fosse modificada, nós venderíamos todos os nossos ativos no Brasil, declarando que se tratava de um País onde não há segurança jurídica, e que o maior investidor estrangeiro no País deixava o Brasil porque ele não era um País confiável". A ameaça contra Lula ocorreu em 2003, quando Provera dirigia a TI e a Pirelli - ele permanece à frente da Pirelli.

    Provera fez a revelação em seu depoimento à Justiça italiana durante as investigações da procuradoria da Milão sobre o esquema de espionagem montado pelo diretoria de segurança da TI contra políticos e empresários italianos e de outros países, entre os quais o banqueiro Daniel Dantas e a executiva Carla Cico, então presidente da Brasil Telecom.

    A briga entre a Telecom Italia e o Banco Opportunity de Daniel Dantas aconteceu por causa da TIM, empresa de telefonia celular dos italianos. Eles pagaram R$ 1,9 bilhão para operar nacionalmente e não podiam, por causa da participação na Brasil Telecom (BrT). Para terem sinal verde, a administração de Dantas teria que ter antecipado as metas de universalização da Brasil Telecom de 2003 em 2001, mas não fez isso.

    A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e o Ministério Público querem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vete o projeto de lei que trata os escritórios dos advogados como espaços invioláveis, livres de investigações policiais. Computadores, telefones e documentos em poder dos advogados também são classificados como objetos invioláveis. O projeto está na mesa da Presidência, à espera da sanção, desde terça-feira.

    A nota técnica que as entidades representantes da magistratura e dos procuradores encaminharão a Lula afirma que a "imunidade" prevista no projeto é inconstitucional. O argumento do presidente da Ajufe, Fernando Mattos, é que a inviolabilidade dos escritórios de advogados supera o resguardo previsto pela Constituição para a moradia do cidadão.

    O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) entrou anteontem com uma representação na corregedoria e na diretoria-geral da Polícia Federal contra o delegado da Protógenes Queiroz, que deixou o comando da Operação Satiagraha na sexta-feira. Heráclito aponta o delegado como mentor dos vazamentos de informações do inquérito que tratam o senador como participante do esquema de apoio político-parlamentar do banqueiro Daniel Dantas.

    Na representação, Heráclito afirma que foi apontado pela PF como integrante de uma "organização criminosa".

    Ele disse que resolveu reagir para "acabar com a paranóia, com a esquizofrenia e com as ilações" feitas a partir de conversas que manteve com pessoas investigadas.

    O inquérito 120233/08, no qual foram indiciados o banqueiro Daniel Dantas e outros 12 dirigentes do Opportunity Fund por suposta gestão fraudulenta de instituição financeira, corrupção ativa e quadrilha, deverá retornar à Polícia Federal antes que a Procuradoria da República se pronuncie pela abertura ou não de ação penal.

    A meta do Ministério Público Federal é aguardar os resultados da perícia em 200 HDs e documentos bancários e contábeis recolhidos pela Operação Satiagraha, deflagrada dia 8, cujo alvo maior é o controlador do Grupo Opportunity.

    A análise desse material, que foi apreendido em 56 endereços vasculhados pela PF, deverá se estender por dois meses, pelo menos. No apartamento de Dantas, em Ipanema, Rio, os federais confiscaram 74 itens, entre CDs, DVDs e papéis.

    A disposição da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) de continuar divulgando mais listas de candidatos com "ficha suja" - ou seja, envolvidos em processos na justiça - reacendeu os debates sobre o tema nos meios jurídicos do País, entre grupos que consideram a lista necessária e oportuna e outros para os quais elas são um abuso das garantias constitucionais.

    A lista "é um retrato da falência do Judiciário", afirma o professor de Direito Constitucional da PUC, Luiz Tarcisio Teixeira Ferreira. "Pois se ele funcionasse direito e chegasse com rapidez a bom termo nos processos, ninguém precisaria desses recursos", acrescenta.

    A decisão da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) de divulgar as listas dos candidatos que enfrentam processos no Judiciário vai enfrentar uma pesada oposição jurídica no Supremo Tribunal Federal (STF). O recurso da associação ao STF para que juízes possam barrar os chamados candidatos "fichas-sujas", mesmo os que não tenham sido condenados, vai bater de frente com o ministro-relator, Celso de Mello. E, entre os advogados que atuam na Justiça Eleitoral, a maioria teme que os candidatos virem alvo da "fabricação" de processos usados como arma político-eleitoral.

    O recurso da AMB deve ser julgado no Supremo no dia 6 de agosto. Celso de Mello já adiantou que se oporá à tese da AMB de que políticos com processos judiciais podem ter o registro de candidatos negado pela Justiça eleitoral. Em seu voto, apurou o Estado, o ministro fará críticas severas às propostas e ações nesse sentido. O STF tende a mostrar que a decisão de divulgar os "fichas-sujas" ressuscita uma prática do regime militar (1964-1985).

    A direção do PT afirmou ontem que a ex-ministra Marta Suplicy tornou-se alvo de uma "perseguição", com a iniciativa da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) de divulgar a lista dos candidatos com ficha suja. O partido, que avalia a possibilidade de entrar na Justiça contra a entidade, considerou que a relação dá munição a candidatos que queiram criar um clima de "vale-tudo" na eleição.

    "É uma perseguição à candidata Marta e a outras candidaturas", disse o presidente municipal do PT, José Américo Dias. Ele ressaltou, entretanto, que não vê chance de Marta ser prejudicada. "O povo não se deixa levar por isso."

    Ontem, a equipe de Marta já havia começado a levantar informações para uma eventual ação na Justiça contra a AMB. Ainda assim, a campanha petista avaliava se seguiria adiante com o processo.

    Depois de liberar seus ministros para subir em palanques na eleição de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que ele mesmo vai adotar um posição de cautela nas campanhas. Disse que continuará viajando, mas garantiu que evitará, "o máximo possível", participar das eleições.

    "Eleições? Tô fora" , disse Lula, brincando, antes do almoço solene oferecido pelo governo brasileiro ao primeiro-ministro de Trinidad e Tobago, Patrick Manning, no Palácio do Itamaraty. Depois do almoço, em uma entrevista mais longa, o presidente explicou suas razões.

    Os repórteres lhe perguntaram se ele já havia decidido como participaria das campanhas, diante da expectativa em relação à ajuda que um presidente bem avaliado nas pesquisas pode dar aos candidatos aliados do Planalto. "Eu tenho muitos aliados disputando eleições. Não vou me meter nisso porque o resultado é sempre assim: os que ganham acham que os méritos foram deles, e os que perdem depositam nas minhas costas a derrota porque não fui ou fui apoiar o outro. Então prefiro ficar distante", respondeu Lula.

    Depois da tentativa de rifar o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a cúpula do PMDB fez um recuo estratégico. Para provar que o partido vai dar uma trégua ao ministro, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disseram ontem ao ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, que aceitam o nome sugerido por Temporão para ocupar a Secretaria de Atenção à Saúde.

    O PT reivindica o cargo para o secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Helvécio Magalhães, e o PMDB estava, mais uma vez, dividido em várias alas que cobiçavam o mesmo posto. Acusações de fisiologismo, no entanto, fizeram a sigla apoiar a indicação de Temporão: trata-se de Alberto Beltrame, atual diretor do Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde.

    O presidente Lula ainda não bateu o martelo sobre o assunto, mas, no Planalto, o cargo é visto como "da cota do PMDB", apesar do apetite petista. "O PT já tem muitas árvores frondosas. Cada macaco no seu galho" , provocou Eduardo Alves. "A indicação do PMDB será a mesma do ministro. Vamos fumar o cachimbo da paz na saúde, pois queremos dar fôlego novo para Temporão tocar sua obra."

    O Executivo e os demais Poderes da União criaram mais de 56 mil cargos para servidores públicos em 2008. O levantamento é do deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP), que rastreou as leis aprovadas neste ano pelo Congresso, autorizando a abertura de 48,4 mil vagas efetivas e de 7,9 mil funções gratificadas e comissionadas.

    O acréscimo do número de cargos atende principalmente a pedidos do Ministério da Educação, que ganhou 47.960 novas vagas de professores e técnicos administrativos e 4.297 comissionados com a aprovação das Leis 11.739 e 11.740 . Do total de cargos criados, a expectativa é de que 10.375 sejam preenchidos em 2008, e 45.968 entre 2009 e 2012, no novo mandato presidencial.

    "Uma das inovações do governo Lula é jogar gastos para os próximos governos, o que contraria a Lei de Responsabilidade Fiscal", critica Madeira.

    Atualmente, segundo dados do Ministério do Planejamento, o Executivo federal acumula 529 mil servidores civis em atividade, incluindo efetivos, temporários e comissionados. O número é 43 mil superior ao existente no início de 2003, quando Lula tomou posse, sem contar os demais Poderes, onde o acréscimo foi de 18 mil servidores.

    O Globo

    O líder do MST José Rainha Júnior, que há anos comanda invasões de terra em São Paulo, disse ontem que incentivou a candidatura a vereador do presidente da associação de moradores da Rocinha, Luiz Cláudio de Oliveira. Claudinho da Academia, como é conhecido, estaria impedindo adversários de fazer campanha no local, o que levou anteontem fiscais do TRE e policiais militares a escoltar uma candidata a vereadora na Rocinha.

    Segundo denúncias, o curral eleitoral teria o apoio do chefe do tráfico no morro. O MST negou qualquer relação com a diretoria da associação. O candidato Marcelo Crivella, que tem em sua coligação o PSDC, partido de Claudinho, visitou ontem a Rocinha, sem PMs.

    Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC surpreendeu boa parte do mercado e elevou em 0,75 ponto percentual a Taxa Selic, que pulou para 13% ao ano. Preocupado com a inflação, o BC alterou o ritmo de ajuste dos juros, que haviam subido 0,5 ponto nas duas reuniões anteriores, e promoveu a segunda maior alta do governo Lula – superada só pelo salto de um ponto em 2003.

    A decisão de acelerar a alta de Selic foi estimulada pelo Planalto. Lula deu sinal verde ao presidente do BC, Henrique Meirelles, para fazer o necessário para conter os preços. Entidades de indústria, comércio e trabalhadores criticaram a alta, dizendo que retarda o crescimento e desestimula a produção.

    O Ibama só deixará Angra 3 começar a operar se houver um novo e mais seguro depósito de lixo radioativo. O ministro Carlos Minc, que era contra a obra, quer um local isolado. (págs. 1, 27 e Editorial “Em tempo”). A Lei do Audiovisual completa 15 anos, com poucas garantias de que a produção de cinema no Brasil sobreviveria sem ela.

    Em meio a dificuldades políticas após uma inesperada derrota no Senado, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, perdeu seu chefe de gabinete. Alberto Fernández, que também assessorou Nestor Kirchner, pediu demissão.

    Correio Braziliense

    Esse é o aumento aplicado pelo Banco Central sobre os juros básicos do Brasil. Desde 2003, o país não levava um choque tão grande na política monetária. Com isso, a taxa chegou a 13% ao ano, patamar igual ao de janeiro de 2007.

    Senadores que disputam cargo nas eleições municipais aumentam contratação de funcionários lotados nos estados.

    Seguro 20% mais barato na Lei Seca

    Com a redução de acidentes após a proibição do álcool ao volante, seguradoras já estudam descontos no valor das apólices.

    Arruda obtém parecer favorável para terminar obra na EPTG e construir corredores viários entre Plano Piloto e Gama.

    Fonte: Congresso em Foco

    • Publicações6004
    • Seguidores35
    Detalhes da publicação
    • Tipo do documentoNotícia
    • Visualizações84
    De onde vêm as informações do Jusbrasil?
    Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/manchete-dos-jornais-de-hoje/75697

    Informações relacionadas

    0 Comentários

    Faça um comentário construtivo para esse documento.

    Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)